Culturas energéticas são alternativa estratégica para garantir produção contínua de biogás

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Último painel do Fórum Sul Brasileiro reforçou papel de cultivos como capim-elefante e sorgo na segurança de fornecimento e sustentabilidade da cadeia.

O décimo e último painel do 7º Fórum Sul Brasileiro de Biogás e Biometano teve como temática central as “Culturas Energéticas”. O evento foi realizado neste ano em Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha, de 8 a 10 de abril. Mais de 700 pessoas entre especialistas, produtores de biogás, pesquisadores e representantes dos setores público e privado marcaram presença no fórum.

A moderação do último painel desta edição ficou com Airton Kunz, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa Suínos e Aves. O painelista do tema foi Juarez Campolina, também pesquisador da Embrapa. Participaram como debatedores, Emerson Soares, presidente da Cooperativa de Energias Renováveis Energycoop; Pedro Kohler, sócio-diretor da Biokohler Biodigestores; e Helen Treichel, professora e pesquisadora da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS).

Em sua explanação, Campolina falou sobre “Culturas Energéticas: Produtividade, Eficiência e Sustentabilidade na Geração de Biogás e Biometano”. A apresentação do pesquisador iniciou com dados sobre a participação de fontes renováveis na matriz energética no Brasil e no mundo. “A participação brasileira é quatro vezes maior do que a dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)”, explicou.

Campolina também definiu culturas energéticas como “cultivos dedicados à produção de bionergia, com alta produtividade de biomassa e características físico-químicas com potencial para geração de energia renovável”. Como exemplo disso, o palestrante citou o capim-elefante, o sorgo, o milho e a cana-de-açúcar. “Entre a principal vantagem das culturas energéticas podemos citar a maior previsibilidade na produção de bionergia. As culturas energéticas são uma poupança energética”, resumiu.

Como estudos de casos sobre o tema, o pesquisador trouxe dois exemplos emblemáticos para o Projeto Biograss: o BRS Capiaçu e o Sorgo Biomassa. “As culturas energéticas demonstram um elevado potencial para a produção de biogás e biometano no Brasil, impulsionando a economia circular”, finalizou.

Em seu momento de fala, Soares brincou com a afirmação de Campolina sobre as culturas energéticas serem uma “poupança”: “acredito que está mais para um CDB, pois pode render um pouco mais, embora seja um investimento conservador”. Ao falar do trabalho da Cooperativa Energycoop, Soares reforçou que o objetivo do projeto é trazer segurança para os envolvidos. “Desde o início, aqui no Fórum, temos visto que um dos desafios do setor é o perigo de faltar substrato para a produção. É nesse sentido que atuamos, dando segurança para o processo e oferecendo alternativas”, sublinhou.

Em seu espaço de fala, Kohler analisou como tem acontecido na prática a aplicação dessa temática. Como o profissional atua no ramo de instalação de biodigestores, ele trouxe a reflexão de que os investidores que desejam uma planta de biogás costumam demandar uma segurança de operação. “Hoje eu só vejo isso acontecendo com a ensilagem. Não vejo viabilidade apenas com dejetos ou lodo, acho muito arriscado. A ensilagem pode ser estocada, os demais precisam ser utilizados logo e podem faltar. Então a ensilagem pode acontecer juntamente com dejetos e lodo. É uma bateria para o biodigestor. Não vejo outro caminho”, opinou. A ensilagem, vale destacar, é uma técnica que preserva forragens por meio da fermentação anaeróbica.

Em sua fala, a professora Helen falou especialmente sobre o pré-tratamento enzimático e sobre a atuação do grupo de pesquisa Agroenergia. Ela comentou que o gargalo mundial desse assunto atualmente é o custo. “Temos sempre essa visão do custo do processo porque sabemos que isso implica na viabilidade econômica dos projetos. Sabemos que uma coisa é a nossa vivência na universidade e outro ponto é como tudo ocorre na prática”.

A pesquisadora explicou que as enzimas comerciais são provenientes de um único fornecedor mundial. “Por isso, nossa busca é para isolar microrganismos da nossa biodiversidade. Nossos estudos estão avançados e tudo indica que teremos certa autonomia frente a enzimas comerciais. Os resultados têm sido bem promissores”, antecipou.

Encerrando o painel, o mediador Kunz explicou que o tema de culturas energéticas não exclui o uso de resíduos na cadeia do biogás. “Queremos complementação. A cadeia do biogás tem apresentado um crescimento consistente e vigoroso, e para isso continuar precisamos de segurança de fornecimento. Por isso esse assunto é tão relevante”, justificou.

O 7º Fórum Sul Brasileiro de Biogás e Biometano teve como instituições realizadoras a Universidade de Caxias do Sul (UCS), de Caxias do Sul (RS), a Embrapa Suínos e Aves, de Concórdia (SC) e o Centro Internacional de Energias Renováveis (CIBiogás), de Foz do Iguaçu (PR). A organização é da Sociedade Brasileira dos Especialistas em Resíduos das Produções Agropecuária e Agroindústria (SBERA).

Fonte: Assessoria FSBBB

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